
A fotógrafa Zahra Kazemi morreu depois de ser violada e torturada no Irão, o seu país de origem, por captar imagens fora de uma prisão. Segundo a sua família, o governo do Canadá, o seu país adoptivo, fez muito pouco para que as autoridades iranianas investigassem a fundo e castigassem os responsáveis do assassinato. Como se não bastasse, uma exposição do trabalho de Kazemi foi recentemente censurada porque mostrava imagens pretensamente favoráveis aos palestinianos.
Mesmo depois da sua morte, parece que os ataques contra Zahra Kazemi não terminarão. Foi somente há dois meses que os canadenses ficaram chocados com novas provas de que a fotojornalista de Montreal foi torturada até à morte enquanto estava sob custódia iraniana. Kazemi foi presa em Junho de 2003 enquanto tirava fotografias fora de uma prisão no Irão, o seu país de nascimento. Para castigá-la por esta transgressão, os captores de Kazemi violaram-na e golpearam-na, segundo um médico que fugiu do Irão para contar a história.
Perto de dois anos mais tarde, há novas tentativas para tapar as lentes de Kazemi, para impedir que as suas fotografias cheguem a olhos do público só que agora a censura passa-se no seu país de adopção, o Canadá. Na semana passada, a biblioteca Cote St. Luc, em Montreal, retirou cinco fotografias de Kazemi que estavam em exibição, depois de patrocinadores judeus se terem queixado de um suposto «viés pró-palestino»; deixaram o resto da exibição, que já tinha sido exposta em Paris. O filho de Kazemi, Stephan Hachemi, descreveu a remoção das fotografias palestinas como «uma violação do espírito da minha mãe» e exigiu com razão que a biblioteca mostrasse toda a exibição ou nada. Assim, a biblioteca desmontou toda a exibição.
Fonte: InfoAlternativa