Sinto qualquer coisa de violento e desconfortável ao ver as cenas da imigração portuguesa dos anos 60, na RTP1. Não são propriamente as imagens dos bidonvilles enlameados e infectos que nos entram por casa, mas sim as declarações de quem, ainda há 20 anos, por lá se encontrava.
Quando se escolhe a Guerra Colonial para fugir de uma qualquer aldeia isolada de Trás-os-Montes ou do Alentejo, por que se tem fome e na guerra há a certeza das três refeições diárias, está tudo dito. Quando se foge, porque se está farto de beijar a mão ao padre, de fazer continência ao gnr, de baixar a cabeça ao tipo da junta. Qunado se foge por estar farto, aguenta-se qualquer bidonville, mesmo para patrões e intermediários, muitos deles portugueses.
Mas as perguntas que ficam são muitas. Porque não me lembro destas imagens se todos sabíamos o que se passava? Quem afinal, partiu? Que tipo de homem e mulher deixou isto? Provavelmente os melhores, mas o problema maior, aquele que nos assalta ao ver aquelas imagens que são murros no nosso estômago, é aquele que formula uma outra pergunta: quem ficou? que tipo de homem e mulher ficou por cá?
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