Não nos iludemos sobre as declarações de Ratzinger na Universidade de Ratisbona. Nem façamos como Henrique Fialho que, no seu blog Insónia, coloca a questão da estupidez do papa. Será o papa estúpido? É evidente que não. Dá-me uma pequena ideia que estamos perante uma provocação deliberada ao islamismo, se não como interpretar também a frase do Vaticano que, a partir da contestação árabe às palavras de Ratzinger, poderá adiar a viagem a Constantinopla (reparem: disse Constantinopla, não Istambul)?
Estive a ler, com alguma atenção e num domingo de manhã, as tais palavras «incendiárias» do papa. E também o pedido de desculpas, aliás, lamentos, do Vaticano e do papa perante a situação criada pelo discurso que, segundo a terminologia oficial, não punha em causa o islamismo, nem Maomé.
Pois bem, não punha em causa uma ova! Ou somos todos estúpidos, mas pôr na boca de imperador do século XIV as perguntas que gostaríamos de fazer hoje a um muçulmano é o quê? «Dizei-me o que Maomé trouxe de novo, quando prega a fé pela espada e pelo fogo?» para dar um exemplo universal da recusa da guerra? Raio de exemplo, quando poderia ter à mão o ataque dos cruzados a Constantinopla, essa sim, arrasada pela irracionalidade da fé. Nunca o islamismo deu intelectuais que se baseassem na Razão? Então quem foi Averrois?... Dá-me a ideia que estão a brincar connosco...
Chegou a época dos consensos políticos. Há quem lhe chame isso, há quem diga que é uma forma, muito pouco maquiavélica, diga-se, mas não poderemos exigir muitas leituras à nossa classe política e muito menos a leitura de Maquiavel, de cultivar o amiguismo e a colaboração entre a classe política dirigente do PS e do PSD.
Assim, não é de estranhar que o primeiro consenso, exigido por Cavaco, seja o da Justiça. Ou melhor o da Reforma da Justiça onde os juízes serão nomeados e os advogados podem vir, também, a ser nomeados de juízes. Entendemos a mensagem... entre outras coisas os escândalos de todo o tipo, e em especial os de carácter financeiro, que povoam a classe são copiosamente escondidos e tratados em tribunais especiais... e de classe. Assim vai o regime.
Agora vem aí um consenso patrocinado pelo PR, claro está, da segurança social. Quase que me antecedo a dizer que este «acordo de regime» passará pela consituição de grupos privados. Mas devo ser eu que não estou a ver a coisa bem.
Chamem-lhe consenso. Pois!
Estive a ver ontem, decididamente por masoquismo, os Prós e Contras na RTP1 sobre o Caso Mateus. Com mais propriedade digo hoje que aquele espectáculo é o da chamada classe média portuguesa.
Não me admira já a arruaceirice de uma tal major e de um doutor da FPF. Mas já me causa alguns engulhos a subserviência de um secretário de estado e a alegre convivência de advogados e jornalistas que gostam de manter as distâncias perante a «gente do futebol».
É tudo igual. A classe média é isto: é a crítica à casa do imigrante de Trás-os-Montes pelo mesmo arquitecto que lhe dá a licença. Percebem? Digo melhor. A Fátima Campos Ferreira, no fim do tal programa, arrependeu-se da sua espectacular (no sentido mediático) agressividade «-Eu cá não sou dos que tenho medo dele! Comigo não faz farinha!», terá pensado. Por isso, brindou-lhe, já meiga, um « - Olhe que tenho por si as maiores das estimas pessoais!». O senhor major não se ficou: «-Querem ver que temos almoço! É que quanto mais mais me bates mais gosto de ti!». Estão a ver o que é a classe média?
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